MT: a ditadura indigenista e o caso Suiá-Missu
14 de dezembro de 2012
Não é preciso muito mais do
que assistir às deploráveis cenas da retirada dos residentes da área da Gleba
Suiá-Missu, nos municípios matogrossenses de Alto Boa Vista e São Félix, para
permitir a sua reocupação por índios xavantes, para se concluir que o Brasil
ainda se encontra sob o firme garrote de uma virtual ditadura, imposta por um
aparato internacional que manipula as causas indígenas em favor de uma insidiosa
agenda intervencionista.
Assim como já havia ocorrido
no emblemático caso da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, o radicalismo
ideológico e político da militância indigenista e seus aliados encastelados no
governo federal – principalmente, na Fundação Nacional do Índio (Funai) –
bloqueou todas as tentativas racionais para se solucionar os problemas do
assentamento dos indígenas, sem a necessidade de expulsão dos proprietários da
área, a maioria deles ali residente há décadas. O resultado foi, uma vez mais, a
mobilização de forças policiais federais para a retirada à força dos residentes
da área, processo que, previsivelmente, se tornou
violento.
Uma das propostas
apresentadas foi a do governo de Mato Grosso, de ceder aos cerca de 900 xavantes
uma área de 250 mil hectares, no Parque Estadual do Araguaia, com a promessa de
levar asfalto e telefone para a nova área. Desafortunadamente, instigados por
representantes do aparato indigenista, os indígenas recusaram a permuta e
insistiram na retomada das terras de Suiá-Missu.
Em entrevista ao blog
Circuito Mato Grosso (12/12/2012), o deputado federal Júlio Campos (DEM-MT), que
já governou o estado, comenta o episódio: “A maioria dos índios aceitou, mas o
governo federal, através dessa malfadada Funai, que quer tomar conta do Brasil,
em especial de Mato Grosso, realmente está fazendo hoje uma barbárie com bombas
de gás lacrimogêneo, com todos os tipos de bala, causando grande tumulto no Vale
do Araguaia, em Mato Grosso. Meu protesto neste momento.”
Em um oportuno editorial
publicado em 12 de novembro último, o jornal Diário de Cuiabá sintetizou
o imbróglio: “O que salta aos olhos na questão é que, se por um lado as agências
governamentais se mostram bastante preocupadas e zelosas com os índios, o mesmo
tratamento não é estendido à população não indígena.”
A origem do caso remonta a
1966, quando foi criada a fazenda Suiá-Missu e cerca de 230 xavantes foram
retirados da área pelo governo federal, sendo transferidos para outra reserva,
no sul do estado. Em 1976, a fazenda passou a ser propriedade da Liquigás,
subsidiária brasileira das empresas petrolíferas italianas Agip e ENI. Em 1992,
por ocasião da conferência Rio-92, e no âmbito das fortes campanhas que o
movimento ambientalista-indigenista internacional movia contra o Brasil, os
controladores da Liquigás concordaram em devolver as terras aos indígenas. No
mesmo ano, a Funai iniciou outro dos seus célebres “estudos antropológicos”,
para delimitar a que passou a ser chamada área indígena Marãiwatsede, que seria
consolidada por um decreto presidencial, em 1998.
Ocorre que, nesse ínterim,
milhares de pessoas passaram a ocupar lotes na área, a grande maioria, com
títulos de propriedade registrados junto às autoridades locais. O município de
Alto Boa Vista, criado em 1991, ocupa cerca de 70% da área em litígio (o censo
de 2010 registrou 2.249 habitantes no município). Por isso, o presidente da
Associação dos Produtores da Suiá-Missu, Renato Teodoro, afirma: “Se há um
culpado nisso é o governo federal, que agiu de má-fé ao estimular a ocupação de
uma área indígena (RDM Online, 24/02/2012).”
Já o prefeito de Alto Boa
Vista, Vanderley Pery, lamenta: “Perder 70% do território para se transformar em
reserva indígena e deixar mais de cinco mil pessoas sem patrimônio e sem uma
parte de suas vidas seria o fim do município.”
Para complicar o quadro, a
presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora
Kátia Abreu, denunciou que a Funai havia deslocado a delimitação da área
indígena original, para não prejudicar um assentamento do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra): “Nós temos informações muito seguras. No
caso Suiá-Missú, a área indígena foi deslocada para esse local de conflito
porque não interessava nem ao Incra e nem à Funai mostrar a verdadeira terra dos
índios, já que em cima desta área foi instalado um assentamento. Então,
preferiram deslocar para outra área para não haver conflito entre Funai e Incra.
Pode até ser que a intenção tenha sido boa, mas não pode haver nada positivo em
um ato que desrespeite a Constituição e o direito de propriedade (Canal Rural,
12/12/2012).”
Conhecendo-se os antecedentes da atuação da Funai e o extremismo da
militância indigenista, relatado em várias ocasiões por este Alerta, se
confirmado, tal fato não seria surpreendente.
Como o prazo para a
desocupação voluntária da área terminou em 6 de dezembro, efetivos da Força
Nacional de Segurança, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal foram
mobilizados para retirar os moradores, cuja reação provocou numerosos embates,
dos quais várias pessoas, inclusive, agentes policiais, saíram feridos por balas
de borracha, golpes e pedradas. As cenas lamentáveis foram transmitidas pela
televisão para todo o País.
O caso Suiá-Missu é
emblemático de um problema com o qual os brasileiros precisam enfrentar a sério
e com a maior urgência: estabelecer uma política indígena que seja baseada nos
valores maiores do ser humano, que não negue aos indígenas a possibilidade de
desenvolvimento e inserção gradativa na sociedade brasileira, como era a
intenção de pioneiros de grande visão, como o marechal Cândido
Rondon.
Para tanto, será
imprescindível deixar para trás a nefasta influência, hoje hegemônica, de: 1)
antropólogos românticos, que querem “preservar” os indígenas em seu idílico – e
irreal – estado primitivo; e 2) do aparato indigenista internacional, integrado
por ONGs, fundações e órgãos governamentais estrangeiros e seus apêndices
domésticos, capitaneado pelas redes do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), cujo
interesse pouco disfarçado é retalhar o País com áreas indígenas de enormes
dimensões, que colocam grandes obstáculos a projetos de infraestrutura e
desenvolvimento e geram dissensões e conflitos sociais.
Se isto não for feito, o País
continuará submetido aos ditames desse insidioso aparato de influência
antinacional, que se oculta por trás de uma cortina de boas intenções e de um
pseudo-humanismo “politicamente correto”, mas mal consegue disfarçar um profundo
desprezo pelos valores maiores do ser humano, além de uma clara intenção de
obstaculizar o pleno desenvolvimento brasileiro.
* A equipe do blog radio lider esclarece que o conteúdo e opiniões expressas
nos artigos são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a
opinião deste ‘site”.
FONTE : ALERTA CIENTÍFICO e AMBIENTAL
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